Cel. Fabriciano, 18 de abril de 2024

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Co-Catedral de São Sebastião

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O majestoso tempo católico do Vale do Aço, um dos principais atrativos do município de Coronel Fabriciano, contava com 1300 cadeiras individuais para oferecer conforto aos praticantes da fé cristã.

A IgrejaA possui projeto arquitetônico de Roney Lombardi Figueiras, inspirado na Catedral de Tóquio, no Japão.

O seu projeto arquitetônico, em estilo contemporâneo, foi inspirado na Catedral de Tóquio; que, por sua vez, remete às tendas que serviam como santuários móveis no deserto, de acordo com descrições bíblicas contidas no Livro do Êxodo (26:14).

Os três módulos que compõem o telhado foram construídos com aço doado pela Usiminas, que está localizada na vizinha cidade de Ipatinga.

No final da década de 80, fiéis dotara, a paróquia com todas as 1300 cadeiras disponibilizadas após o fechamento da sala de cinema do antigo Cine Marrocos.

A estrutura compõe-se de alvenaria em blocos de concreto e a fachada principal, voltada a leste para a Rua São Sebastião, no bairro Santa Helena, tem o formato semelhante ao de um triângulo isósceles — que, no entanto, não alcança o chão em suas arestas laterais —, enquanto que as fachadas laterais são compostas por três desses triângulos.

Os vitrais coloridos situados entre as colunas de ferro e o telhado também são características marcantes, representando passagens bíblicas nas extremidades de cada um dos “triângulos”.

A construção foi iniciada no dia 20 de janeiro de 1988, dia de São Sebastião, e a inauguração ocorreu no dia 4 de julho de 1993.

A C0-Catedral de Coronel Fabriciano está localizada à rua São Sebastião, esquina com a rua Angélica, no bairro Santa Helena.

Carlos Drummond de Andrade

Léo Santana, o autor da icônica estátua do extraordinário poeta Carlos Drummond de Andrade, que apresenta-se sentado displicentemente num banco do calçadão da praia de Copacabana, na capital do Rio de Janeiro, esculpiu a imagem de São Sebastião da co-catedral de Fabriciano.

O majestoso São Sebastião mede três metros de altura e está instalado do lado direito do altar da co-catedral fabricianense.

A escultura do orago São Sebastião doada por José Avelino Barbosa em 1992, que foi encomendada ao escultor Léo Santana.

Órgãos de Tubos

O órgão de tubos, adquirido por Dom Lélis Lara na década de 70, é oriundo da Igreja Presbiteriana do município de Lavras.

O nome da Co-Catedral foi atribuído pela população para destacar a imponência do templo e a sua capacidade para abrigar mais de 1200 pessoas em comunhão durante os atos de fé cristã e outras celebrações como batizados e casamentos.

A denominação co-catedral deve-se, também, ao fato da catedral da sede da diocese estar localizada no município de Itabira, terra natal de Carlos Drummond de Andrade.

Carlos Drummond de Andrade

Durante sua temporada no Colégio Anchieta dos jesuítas, numa espiritualidade que iria sentir como “obediência cadavérica”, de negar a própria vontade e sob risco de condenação ao Inferno, participou do “Aurora Colegial”, um jornal do destinado a interação dos alunos do colégio que iria consolidar sua paixão por escrever, chegando a ser laureado em concursos literários.

A sua primeira contribuição ocorreu em abril de 1918, quando escreve “Vida Nova”, um comentário no início do ano letivo, já embuído do catolicismo que havia mergulhado no colégio:

“Com a alma cheia de fé e de esperança, louvamos a Deus cuja bondade paternal nos proporciona tantas venturas, e abrimos o nosso coração para que nele penetre a chama do amor divino. Que as nossas preces subam, puras e sinceras, até azul esfera, para que, no percurso do ano tenhamos a benção de Deus, protetor dos nossos estudos, dos nossos trabalhos, das nossas esperanças, da nossa vida”.

Um Sentimento do Mundo

Na antropologia Drummondiana, o gauche, aquela característica do sujeito moderno de ser “torto”, desajustado aos princípios de seu tempo, que anda na contramão da história, na sua esquerda, tem sede de Deus e o procura, mas não entende porque Deus não se deixa alcançar ou não o auxilia em seu desejo de ir para o céu e o abandona na contradição humana de seu drama e sua fraqueza :

“Perdi o bonde e a esperança […] Entretanto há muito tempo/ nós gritamos: sim! ao eterno; Essa ânsia de ir para o céu/ e de pecar mais na terra; Vontade de praticar libidinagens, de ser/ infeliz e rezar. Por vezes é compreensível que em meio aos pecados Deus me abandone: Deus me abandonou no meio da orgia […] Estou perdido”. Mas em outras horas, simplesmente abandona: Deus me abandonou no meio do rio/ Estou me afogando”.

Fonte: O Deus apático de Carlos Drummond de Andrade e o caminho da paixão para a busca de Sentido da Vida
Anais do II Colóquio Internacional dl Literatura y Teologia, Santiago: Chile, 2008. Alex Villas Boas

Por JNS Cam