Cel. Fabriciano, 29 de abril de 2024

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03 ago
Imagem: Internet

Vocação: Construindo o sentido da vida

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O mês de agosto nos interroga acerca de uma dimensão fundamental na vida de toda pessoa: a vocação. Não é uma reflexão agradável, porque há na cultura pós-moderna uma tendência de olhar mais para fora de si do que para dentro. E a vocação é algo que supõe vida interior, diz respeito à nossa própria existência.

Nossa vocação primária é o chamado a ser gente, pessoa com qualidade de vida! Pode parecer uma obviedade, mas, infelizmente, muitas vezes vivemos negando nossa própria identidade, nos despersonalizando, reduzindo nossa vida a uma só dimensão. Pensamos que somos nosso corpo, endeusamos nossos sentimentos e emoções, vivemos agarrados aos nossos pensamentos e projetos com dogmatismo ou fugimos de todo questionamento por meio de nossas máscaras e papéis.

Entretanto, podemos afirmar que a vocação está em cada um como um mistério. Ou seja, cada pessoa precisa, no decorrer da sua vida, trilhar o caminho que a ajude a desvendar o mistério (de Deus) contido em si mesma e aí descobrir a sua vocação, o seu chamado essencial de ser e agir (que é único e irrepetível). Trata-se de um chamado à liberdade que dá sentido à existência, um chamado a ser de determinado modo e de realizar algo no mundo.

Pela fé cristã sabemos que Deus quer fazer de cada um de nós (seus filhos e filhas) uma vida abundante, vida realizada. Ser gente feliz! A realização da missão pessoal acontece no dia-a-dia, nas decisões, na história, no trabalho, no caminho construído. Contudo, para vivê-la é preciso, antes, encontrá-la. Afinal, o pássaro não voa porque tem asas, mas porque bate as asas que possui. Você não se realiza porque tem sonhos, mas porque age sobre os sonhos que cria para si mesmo.

Encontrar a vocação é descobrir para que viemos ao mundo, para que Deus nos criou: o sentido da vida! A autorrealização verdadeira é aquela que coincide com o projeto de Deus para a vida de cada um, pois só n’Ele a pessoa pode se realizar e dar o melhor de si mesma, alcançando o maior grau de crescimento (santidade).

Esse chamado não é algo externo: vem de dentro de cada pessoa. Fomos criados para que nos realizemos como pessoas, nas relações que vamos estabelecendo com os outros e com o mundo que nos cerca. Essa é a nossa vocação fundamental: um chamado impelindo-nos a que sejamos sempre mais humanos. As maneiras como vamos tecendo nossa história, buscando amadurecer com as experiências da vida são caminhos de seguimento a esse chamado interior, que é a própria voz de Deus a ecoar em nós.

No cristianismo, a vocação a ser pessoa implica a importância da solidariedade e do serviço ao outro. Nesse sentido, encontrar nossa própria vocação, isto é, o caminho de realização de nossa humanidade, compreende o serviço que dispensamos à edificação do Reino, anunciado e testemunhado por Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

Portanto, viver a vocação, como realização de nossa própria pessoa, é também, contribuir para a santificação do mundo: assim, humanização e santificação são faces de uma mesma moeda, tal como podemos apreender da própria vida de Jesus, o paradigma para a realização de nossa vocação.

Fonte: Província do Rio

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