Certa vez, enquanto conversava com um jovem, ele me relatava sua dificuldade familiar dizendo: “Eu não preciso de ninguém, eu sei me cuidar, eu sou forte e vou conseguir resolver tudo sozinho”.
Então eu lhe disse: “Certo, vamos nos acalmar… que tal rezarmos? Pai-nosso…” No mesmo instante, a raiva transformou-se em choro, pois ele reconheceu, pela oração do Filho, que precisava da sua família e a amava.
Quando pensamos na vida cristã, geralmente a frase de “amar ao próximo” nos vem à mente. Então, como não ver as nossa famílias como os mais próximos? Ela é a célula vital da sociedade natural, fundada no matrimônio, é o santuário da vida. Ela deve educar os filhos no amor e no serviço.
Para nós, cristãos, é a Igreja doméstica. O lugar onde aprendemos as primeiras noções sobre Deus, e vemos no testemunho de fé o que é a vida cristã. Não é a catequese o primeiro lugar onde escutaremos sobre o que significa ser católicos, mas na vida familiar cotidiana.
Por exemplo: quando os familiares rezam antes das refeições, quando vão à missa todos os domingos, quando tratam uns aos outros com critérios de misericórdia; com a devoção que se reza em casa, pelo tipo de coisas que falam e dizem, pelo respeito e cuidado que têm com os mais idosos. Tudo isso é reflexo da nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Assim como Eles se amam, nós nos amamos. Não é por acaso que temos o mandamento de honrar pai e mãe.
A Bíblia no Livro do Eclesiástico, no Antigo Testamento, nos dá excelentes conselhos sobre a família:
“Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe.
Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus pecados, e, na justiça, será para tua edificação” (Eclo 3,3-7.14-17a).
Valorizemos nossas famílias, pois Deus nos concedeu este dom e devemos cuidá-lo. Preparemo-nos para assumir este maravilhoso projeto de Deus que se relaciona com cada um de nós, em qualquer vocação.
Fonte: Fabio Santos/A12