Como é possível que uma jovem italiana, Clara, nascida em Assis, no ano de 1193, possa ser chamada padroeira da televisão?
No tempo de Clara, os meios de comunicação mais modernos eram os púlpitos das igrejas, as praças públicas e as canções dos trovadores populares. Sequer jornais existiam. Se considerarmos a data de 1930 como aquela em que os televisores começaram a ser usados pela população, então Santa Clara nasceu quase 750 anos antes.
Mas a jovem Clara de Assis, companheira de missão de São Francisco e coroada com a graça da santidade em Jesus Cristo, tornou-se, pela sua vida, um exemplo que ultrapassa séculos e gerações e, por isso mesmo, quando do surgimento da televisão, alguém se recordou dela, de sua história e de algumas curiosidades de sua biografia.
Como para o povo cristão é de bom tom relacionar a vida com a fé, foi preciso encontrar uma padroeira para a nova tecnologia que nascia. E, em 1958, o Papa Pio XII proclamou-a padroeira da televisão e de todos os que trabalham com esse meio de comunicação.
E qual foi o fato extraordinário da vida de Santa Clara que a fez candidata ao posto de padroeira da televisão?
Conta-nos a história que no natal de 1253, um ano antes de sua morte, Clara, acamada, desejava muito participar da santa missa na igreja de São Francisco, mas não tinha condições físicas para sair.
Em oração profunda, Clara clamou ao Senhor que permitisse a ela viver a missa de natal. Então, de acordo com o testemunho da própria santa, o milagre aconteceu. Em seu quarto, na cama, Clara viu e ouviu a missa completa e ainda pôde até comungar – “Escutei, por graça do Senhor, toda a solenidade celebrada esta noite na igreja de São Francisco e lá estive presente, recebendo até a santa comunhão. Agradecei comigo a Nosso Senhor Jesus Cristo, por tal graça a mim concedida”.
Por ter vivido essa “transmissão” da missa em seu próprio leito, Clara é agora chamada padroeira da televisão. Uma pena que hoje em dia, pela televisão, muita coisa ruim e desnecessária entre dentro de nossas casas. Que bom seria se cada um de nós soubéssemos selecionar o que passa por essa janela midiática e escolher somente coisas boas para o entretenimento de nossas famílias!
Fonte: Padre Evaldo César de Souza, C.SS.R