Cel. Fabriciano, 13 de dezembro de 2024

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23 jun
Imagem: Internet

Perpétuo Socorro, de nossa perpétua miséria

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“Apareceu no céu um grande sinal” (Ap 12,1). Sinal esse que apareceu posteriormente nas mãos dos Missionários Redentoristas, custódios do Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Eis a mulher vestida de sol, tendo a lua sob seus pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Celebrar Maria, como nosso Perpétuo Socorro, como auxílio que Deus concedeu em nosso benefício é alegrar-se e rejubilar pela felicidade de se ter uma mãe. Esse é um título que enche nosso coração de esperança e o faz transbordar de confiança. A ternura da mãe com o Filho, representada no Ícone, gera em nós devoção.

Contemplar o Perpétuo Socorro é expressão de fé, é ver mais do que simplesmente a Mãe e o Menino, é contemplar cada elemento que compõe o Ícone.

Ela é o Perpétuo Socorro, de nossa perpétua miséria! É porque somos ainda frágeis, que ela perpetua seu socorro. Maria é o paradigma antropológico realizado, ela experimentou as mazelas humanas, sendo criatura conheceu o labor da vida.

Nós somos o que Maria foi, e ela já é o que nós seremos um dia! Nossa identificação com a Virgem dá-se devido ela ter sido a pessoa humana mais próxima da Trindade, com isso ela tornou-se arquétipo das realidades escatológicas, o sinal de nossas possibilidades futuras. Maria foi aquela que mais se aproximou de nosso “objeto” de desejo: Deus! Os Evangelhos atestam que Jesus começou e terminou sua vida nos braços de Maria; começou na gruta de Belém e a encerrou quando o desceram da cruz e depositaram Seu corpo nos braços de Sua dolorosa mãe.

Um ícone não é pintado e sim escrito, ele é único, irreproduzível.

Diante de nós está um clássico Ícone da Odigítria (a Condutora), representada pela Virgem que tem no braço esquerdo seu Filho. Essa imagem é repleta de simbologia. Seu braço direito aponta para o Menino, deixando perceber três dedos – recordando a Santíssima Trindade – seus traços delicados; olhos grandes de observadora, ouvidos discretos de mulher (judia) da escuta; boca pequena, para pronunciar apenas uma única palavra: Deus! Suas diversas cores traduzem muitos elementos do sagrado.

De todo o conjunto da obra destaco os olhos, misteriosos, penetrantes, que gera alívio aos sofredores e arrependimento aos pecadores, pois parecem eles enxergar o íntimo de quem se põe diante do Ícone.

O homem se torna aquilo que contempla, ao nos depararmos diante do Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e contemplá-lo, nos tornaremos fidelíssimos como foi Maria. Nossa Senhora não é centro de nossa fé, mas ela é como a mão que aponta para o Menino Deus, que indica a Quem devemos seguir.

Se observarmos bem, veremos que a centralidade do Ícone é o Menino Jesus, todo o conjunto das cores e a disposição dos personagens convergem para Ele. Em Maria tudo remete a Cristo e dele depende, não quer a Mãe ser superior ao Filho, mas deseja ela que O conheçamos como ela O conheceu.

O Padre Antônio Vieira, em um de seus Sermões, descreveu de modo belíssimo o significado dos diversos títulos marianos, este excerto intitulado: Sermão do Nascimento da Mãe de Deus, nos ajuda compreender o quão profundo é invocar Maria sob os mais diversos títulos:

“Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede para que nasceu… Nasceu para que d’Ela nascesse Deus… Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dirão que nasce para Senhora da Saúde; Perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; Perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; Perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; Perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; Perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os temerosos da sua fortuna, para ser Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para ser Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para ser Senhora da Graça; E todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus.”

O apelo que outrora fora feito aos Missionários Redentoristas pelo Papa Pio IX: “Façam-na conhecida no mundo inteiro”, hoje é estendido a todos os fiéis devotos, na certeza de que diante de nossos olhos está o Perpétuo Socorro, de nossa perpétua miséria!

Fonte: A12

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