Cel. Fabriciano, 23 de novembro de 2024

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13 mar
Imagem: internet

O Ministério de Leitor – algumas dicas práticas

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A leitura dos textos bíblicos é diferente da leitura pública corrente. É que o leitor não diz a sua palavra, mas a de  Deus. A Liturgia da Palavra é uma celebração. É necessário, pois, que se note que celebramos a Palavra, como depois celebramos a Eucaristia.

Assim, não é nem um momento de leituras atropeladas que se colocam antes da homilia e da celebração eucarística; nem uma reunião de instrução ou de discussão que, depois, concluirá com os ritos eucarísticos (que ficarão, assim, desvalorizados, porque não são tão “instrutivos”).

O ministério de leitor é um serviço importante dentro da assembleia. Os que o realizam devem estar conscientes disso e viver a alegria e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de ser os que tornarão possível que a assembleia receba e celebre aquela Palavra com a qual Deus fala aos seus fiéis, aqueles textos que são como que textos constituintes da fé.

O serviço do leitor na liturgia

  1. Preparar a leitura

Compreender o sentido do texto, captar a sua estrutura, as suas articulações, os seus pontos mais altos, a sua vivacidade.

– Quem fala no texto? A quem fala? Sobre quê? Com que finalidade? O que sentem as personagens que aparecem no texto? Há palavras difíceis de compreender? Que significam?

Ver que entoação se deve dar a cada frase, quais são as frases que se devem ressaltar, onde estão os pontos e as vírgulas, qual a pontuação do texto.

– Quais as palavras mais importantes e as expressões ou frases principais que importa sublinhar? Qual o tom de voz (ou tons de voz) adequado ao texto? Qual o ritmo (as acentuações, os encadeamentos) e o movimento (acelerado, rápido, espaçado, lento) que se deve usar, no texto ou nas partes?

Ler o texto em voz alta para si mesmo.

– Ler o texto antes, em voz alta e várias vezes, com exercícios parcelares e com o texto completo. Articular e pronunciar bem cada palavra e cada sílaba; não negligenciar as consoantes.

  1. Exprimir os sentimentos do autor e das personagens

A celebração litúrgica atualiza a palavra. O texto escrito torna-se palavra viva hoje, naquele lugar e para aquela assembleia. “Deus fala hoje ao seu povo”. É importante conhecer o texto e também conhecer o contexto da celebração. Não se trata de dramatizar, ou melhor dito, de criar uma ilusão, mas de reproduzir ou tornar vivos um texto e um acontecimento. Não se trata de atrair a atenção para a pessoa do leitor, mas para a palavra e ação divinas.

  1. Examinar alguns pormenores antes da celebração

O Leccionário está no ambão? Está aberto na página própria? O microfone está ligado? O volume, o tom e a altura estão corretos? Evite-se o seu ajuste durante a celebração, mediante o sopro ou os toques de dedos.

  1. Saber deslocar-se para o ambão

Situar-se, desde o começo da celebração, num lugar não muito afastado do ambão. Saber se há lugares previstos para os leitores. Tentar não vir de um lugar distante da igreja. Não avançar para o ambão antes de estar concluído o que precede cada leitura (oração, canto). Caminhar com um passo normal, sem ostentação nem precipitação, sem rigidez nem displicência, mas com uma digna e ritmada naturalidade.

  1. Postura

Quando estiver diante do ambão, deve ter em conta a posição do corpo. Não se trata de adotar posturas rígidas, nem demasiado descontraídas. Pés bem assentes, levemente afastados e firmes. Não balancear-se, nem cruzar os pés, nem estar apoiado apenas num pé, com pés cruzados ou um à frente e outro atrás. Não debruçado sobre o ambão, nem com os braços cruzados ou as mãos nos bolsos. Colocar-se à distância adequada do microfone para que se ouça bem. Não começar, portanto, enquanto o microfone não estiver ajustado.

Procurar ler com a cabeça levantada. Com a cabeça levantada, a assembleia contata um rosto e o leitor exprime um texto dirigido à assembleia e não devolvido ao livro. Com a cabeça levantada, a própria voz ganha em clareza e volume. O tom de voz será mais alto e, portanto, mais fácil de captar.

  1. Apresentação

– Não trajar algo que distraia ou ofenda os presentes, seja por ostentação, desleixo, pouco conveniente ou ridículo. Ter critério e apresentar-se como pessoa educada e apresentável. (Na nossa paróquia pedimos que os leitores usem calça preta (escura) e camisa branca).

  1. Antes de começar

– Esperar que a assembleia esteja sentada e tranquila e se tenha criado ambiente de silêncio e escuta. Respirar calma e profundamente. Guardar uma breve pausa para olhar a assembleia, a fim de a registar na mente, estabelecer com ela contato direto antes de iniciar a proclamação e pedir a sua atenção, pois é a ela que se dirige.

  1. Durante a leitura

Ler só o título bíblico. Nunca se leia “Primeira Leitura” ou “Salmo Responsorial”, ou a frase a vermelho que precede a leitura. Não se deve ler resumo ou comentário antes da leitura. Após a leitura do título, faça-se uma pausa para destacar o texto que vai ser proclamado.

O ouvinte não é um gravador, mas uma mente humana que requer tempo para sentir, reagir, ouvir, entender, coordenar e assimilar. Geralmente, lê-se depressa e não se fazem as pausas adequadas, como pede o texto lido. A pontuação oral nem sempre coincide com a pontuação escrita. A leitura rápida pode cortar o contato com a assembleia. O principal defeito dos leitores, costuma ser ler depressa. Se lermos depressa, as pessoas, com algum esforço, poderão conseguir entender-nos, mas aquilo que lemos não entrará no seu interior.

Antes de dizer “Palavra do Senhor”, fazer uma pausa após a última frase. Dizer só “Palavra do Senhor” e nada mais (p.e.: “Irmãos, esta é a Palavra do Senhor” ou outras expressões semelhantes). Trata-se de uma aclamação e não de uma explicação. Deixar o Leccionário aberto na página do Salmo Responsorial ou da 2ª Leitura, para que fique pronto para o leitor que se segue. Regressar ao lugar com calma e naturalidade, em passo normal e firme.

 

 

Fonte: Padre Evaldo Souza (adaptado)

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