Cel. Fabriciano, 24 de abril de 2024

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14 ago
Imagem: Paróquia São Sebastião/Coronel Fabriciano

A Assunção de Nossa Senhora

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No dia 15 de agosto celebramos a festa da Assunção de Nossa Senhora. A assunção é o cume do processo vital de Maria, o resultado final da obra que Deus realizou naquela que não colocou nenhuma resistência à sua ação: “Faça-se em mim…” (Lc 1,38).

A proclamação do dogma da Assunção foi uma maneira de revelar que a salvação de Maria foi absoluta e total, ou seja, que alcançou sua plenitude. Essa plenitude só pode consistir em uma unificação e identificação absoluta com Deus. É um crescendo em Deus numa vida de fidelidade ao Pai até se tornar uma com Deus no céu. Porque assumiu Deus em sua vida, Maria foi totalmente assumida por Deus; ela deixou Deus ser grande na sua vida; por isso, Deus a engrandeceu plenamente.

Para chegar à Assunção, Maria viveu um longo caminho de descentralização, de saída de si, de esvaziamento, para que Deus realizasse maravilhas nela. Maria foi assunta ao céu porque desceu em direção aos outros, revelando-se como a “mulher do serviço solidário”. Podemos recordar Maria que caminhando depressa, desde Nazaré da Galiléia até às montanhas da Judéia, para chegar à casa de sua prima Isabel; naquela primeira meta de sua corrida, recebeu dos lábios de Isabel a primeira bem-aventurança: “Feliz és tu que acreditaste…” Esta expressão foi a antecipação da felicitação que Maria vai receber no final definitivo de sua trajetória. Toda a vida de Maria consistiu em dirigir-se apaixonadamente para essa meta definitiva, profundamente associada à vida e missão do seu próprio Filho.

Nossa Senhora nos chama com seu exemplo a “sairmos do próprio amor” para que o centro da nossa vida seja ocupado não pelo ego com suas velhas pulsões de cobiça, honra vã e soberba, mas por Deus. Significa que, a partir desse lugar de adoração e de encontro, nosso eu se abra às preferências de Deus, deixando “Deus ser Deus” em nossa interioridade. Vivenciando já aqui na terra sinais do dom da Assunção.

Maria revela, à Igreja e à humanidade, o final da vida do ser humano, o sentido da peregrinação desta vida, os motivos de esperança. Em um mundo cada vez mais vazio de sentido, descrente asfixiante, sem esperança…, este mistério da Assunção de Maria nos abre a uma dimensão mais profunda da vida, ou seja, nos capacita a perceber um novo sentido sobre a nossa peregrinação terrestre. Que ainda não estamos em casa, mas estamos a caminho. É, iluminados nesta fé que nosso presente ganha sentido.

Peçamos que Maria Santíssima lá do céu olhe com carinho de mãe para este mundo ferido. Assim como chorou com o coração traspassado a morte de Jesus, assim também agora Se compadeça do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano. Ela que agora vive, com Jesus, completamente transfigurada, com todas as criaturas cantando a sua beleza. É a Mulher “vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap12, 1). Elevada ao céu, é Mãe e Rainha de toda a criação. No seu corpo glorificado, juntamente com Cristo ressuscitado, parte da criação alcançou toda a plenitude da sua beleza.

Que nossa vida seja como a de Nossa Senhora, um sim a Deus, que se faz caminhando apressadamente ao encontro de Deus naquele que precisa, até chegarmos a casa do Pai, onde poderemos repousar em paz.

Fonte: Padre José Wilker, C.SS.R

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