Saber qual é o nosso lugar no mundo é de fundamental importância. Mas, para ter essa percepção de si mesmo, é necessário entrar em um processo de escuta pessoal. Escutar a essência de si, pois Deus nos comunica a partir da nossa história de vida. E vocação significa isto: chamado. E quem é chamado é chamado a realizar alguma coisa, a colocar-se à disposição dele.
“Vem e segue-me”, este é o convite, o chamado de Jesus Cristo aos seus discípulos, e continua a fazer a cada ser humano em sua particularidade. Chama para seguir. E seguimento a Cristo supõe colocar os pés em suas pegadas, agir com Ele, e agir como Ele agiu. Não uma mera repetição, mas um processo de descoberta pessoal que leva a pessoa à conversão de vida. Somos chamados para um serviço muito especial: ajudar o mundo a fazer a experiência de Deus. Pelo batismo, somos todos missionários do Reino de Deus, somos irmãos, filhos do mesmo Pai. A solidariedade, a justiça, a fraternidade, o perdão e o amor mútuo devem ser a nossa característica fundamental. Muitas vezes confundimos vocação apenas com o ser padre, irmã etc. A vocação é algo amplo. Somos todos vocacionados de Deus. Ele nos chama para um projeto maior: viver a santidade, construindo o Reino de Deus. Santo Afonso dizia que todos temos a vocação da santidade: alguns na vida matrimonial, outros na vida de solteiro, outros se consagrando a Deus através da vida religiosa consagrada, outros no seu ambiente de trabalho. Enfim, toda vocação vem do amor de Deus para nós e de nós para o mundo.
Somos vocacionados de Cristo. Não é para nós mesmos, mas para o outro. O dom não pode ficar para nós, mas é para ser colocado a serviço. Sentir-se realizado vocacionalmente é produzir os frutos que o Pai espera onde quer que estejamos.
Fonte: Pe. Evaldo César de Souza, CSSR