Cel. Fabriciano, 24 de novembro de 2024

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16 jul
Imagem: Província do Rio

Festa do Santíssimo Redentor

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Neste terceiro domingo de julho, dia 19, celebramos a solenidade do Santíssimo Redentor. Para toda a Família Redentorista esta celebração tem um significado muito especial, porque temos o privilégio de sermos marcados por este nome. Ninguém de nós pode esquecer que consagrou a vida para ser e agir como discípulo missionário do Santíssimo Redentor. Arraigados na fé do Redentor, nossos corações transbordam de amor, que se manifesta em nosso zelo apostólico e na disponibilidade para a missão.

Esta celebração toca nossa sensibilidade de consagrados e nos recorda a razão da nossa existência redentorista: “A preferência pelas condições de necessidade pastoral ou pela evangelização propriamente dita e a opção em favor dos pobres constituem a própria razão de ser da Congregação na Igreja e o distintivo de sua fidelidade à vocação recebida” (Const. 5).

Mas, o que esta situação de pandemia nos interroga, acerca do mistério da Redenção? Boa parte da busca pela libertação, liberdade ou qualquer outra das expressões usadas para falar do que poderia ser chamado de uma “redenção” das ambiguidades da situação humana representa uma tentativa de evitar e ignorar o sofrimento e a morte. De modo oposto, o caminho de Jesus de Nazaré indica que a livre entrega de si mesmo aos desígnios de Deus, seja qual for o custo, traz a verdadeira redenção. Afinal, a morte de Jesus não é o ato de um Deus impiedoso que exige o sacrifício supremo; não é um “resgate” pago a alguma potência alienadora que nos escravizou. É o momento e o lugar em que um Deus que é amor e que nos ama, torna-se visível e atuante na história humana. Jesus crucificado mostra o quanto Deus nos ama e afirma que, nesse gesto de amor, um ser humano demonstrou sua concordância incondicional com a vontade de Deus.

Vale recordar que a história joanina da Cruz fala da revelação de um Deus que amou tanto o mundo a ponto de lhe dar Seu próprio Filho. A Cruz é o lugar onde Jesus é “elevado” para glorificar a Deus e, assim, obter a sua própria glória. “Ninguém tem maior amor do que este: dar a vida por seus amigos” (Jo 15,13 – Bíblia de Aparecida).

O Evangelho de Jesus crucificado demonstrou a solidariedade do amor de Deus com o sofrimento. Na pessoa de Jesus de Nazaré, esse amor salvador de Deus e sua solidariedade para conosco recebe sua forma histórica e física mais plena. A crucifixão, uma forma desprezível de morte, tornou-se “Evangelho”. A cruz é uma liturgia de obediência, manifestando a unidade entre o Pai e o Filho no poder do Espírito Santo.

Jesus ressuscitado afirma a resposta misericordiosa de Deus a esse amor de auto entrega. No final, o cristianismo olha para uma cruz vazia. A aceitação incondicional de Jesus de Nazaré em relação a tudo o que lhe foi pedido por seu Pai levou ao “sim” incondicional do Pai a tudo o que Jesus disse e fez. É a ressurreição que proclama que o caminho de Cristo Redentor é o caminho que vence o pecado e a morte em uma vida que não tem limites.

Nós, os Missionários Redentoristas, temos a tarefa de anunciar, com palavras e atos, o dinamismo da libertação das inúmeras escravidões que desumanizam a criação de Deus. A história de Jesus mostra que isso vai custar nada menos do que tudo. Mas a resposta de Deus à história de Jesus é igualmente intensa: a vida, a justiça e o amor venceram!

Portanto, celebrar a solenidade do Santíssimo Redentor em plena pandemia do novo coronavírus precisa ser uma atitude profética em favor deste mundo ferido! Afinal, são milhares de irmãos e irmãs mortos pelo vírus, mas também por um sistema de saúde precário que não respeita a dignidade dos doentes, pela falta de políticas públicas para os mais pobres, pelo desemprego em massa, pelas discórdias políticas e ideológicas. Em meio a esta cultura de morte, nós Redentoristas, temos o dever de proclamar a vitória da vida que acontece na denúncia profética, no anúncio do Evangelho da esperança e da misericórdia e no testemunho de pobreza, solidariedade e tolerância.

Família Redentorista, a responsabilidade de cumprir a finalidade e a razão de ser da Congregação na Igreja é de cada um de nós. Não é apenas uma responsabilidade institucional. Trata-se, antes, de responsabilidade com a própria vida diante de Deus, dos confrades e dos irmãos e irmãs, pois cada um de nós consagrou-se a Deus pronunciando essas palavras: “… guiado por vosso Espírito, tenciono consagrar-me todo a vós, seguindo de perto Cristo Salvador do mundo.”

Abençoada e renovadora festa para todos nós! Viva o Santíssimo Redentor!

Fonte: Província do Rio

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