Cel. Fabriciano, 23 de novembro de 2024

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27 fev
Imagem: internet

Jesus, o maior líder de todos os tempos

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INTRODUÇÃO

Jesus foi e é o maior líder de todos os tempos. Nunca houve alguém com vocação tão suprema, ministério tão eficaz, liderança tão exemplar e legado mais duradouro. Como líder, ele tinha uma clara consciência de sua pessoa, da sua missão e do seu dever de formar discípulos que continuassem sua obra. Em seu estado de humilhação Jesus aprendeu a depender do Pai em tudo e todas as suas escolhas ministeriais, desde o chamado aos discípulos até seu triunfo na cruz, foram feitas em oração e submissão.

  1. JESUS, O LÍDER SINGULAR

Jesus foi um líder completo, diferentemente de todos os outros líderes humanos. O caráter singular da sua pessoa como Deus e homem proporcionou uma perfeição a suas ações, palavras e escolhas que nunca poderão ser plenamente imitadas por nenhum homem ou líder. Ninguém pode perguntar aos demais como ele perguntou: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46).

Jesus foi único porque sua pessoa é única. Ele é o verdadeiro Deus que se fez carne e veio ao mundo com o propósito de salvar pecadores (Jo 1.1-5,11-14). Ao mesmo tempo, é o servo de Deus que renunciou sua glória nascendo como perfeito homem para dessa forma identificar-se com seu povo e salvá-lo da condenação eterna (cf. Jo 15.13).

A singularidade e perfeição da pessoa e obra de Cristo responde por sua perfeita consciência de si mesmo, de sua missão e das suas ovelhas, coisa que os demais líderes não possuem. Ainda assim, o fato de ele ter sido apontado por Deus como Supremo Pastor e exemplo indica a todo líder cristão que seu dever é seguir os passos do Mestre (1Pe 2.21-22).

  1. Consciência de si mesmo

Jesus tinha uma perfeita consciência de quem era. Ele sabia que era perfeito Deus e perfeito homem. Um dos mais importantes títulos encontrados no NT para Jesus é “Filho de Deus” (Mt 11.25- 27; 16.17). Repetidas vezes ele fala de Deus como seu Pai, mostrando que tinha consciência da sua divina filiação. No seu batismo e transfiguração, o próprio Pai testemunhou que Jesus era o seu preexistente filho (Mc 1.1,11; 9.7). Por outro lado, ele nasceu e cresceu como um perfeito homem, sabendo que era o segundo Adão, o descendente real de Davi, o servo sofredor prometido, o messias e “Filho do Homem” que reinaria para sempre.

Essa consciência de Jesus quanto à sua dupla natureza em uma só pessoa é afirmada constantemente no NT. Jesus se define pelo menos 18 vezes com a expressão “Eu Sou”, que apontava para o caráter divino de sua pessoa e missão (Jo 6.35; 8.12,23-24,58; 10.9; 11.25). Porém, em diversas ocasiões, Jesus fez também referência à sua natureza humana (Jo 2.25; 11.35; 12.33). Sua encarnação proporcionou um conhecimento prático do que era a natureza humana com todas as suas limitações. Embora tivesse nascido sem pecado, seu corpo carregava as marcas da fragilidade impostas pela queda, como o sofrimento e a morte.

  1. Compreensão de sua missão

Jesus sabia perfeitamente por que veio ao mundo. Ele fala de si mesmo como tendo “vindo” ou sido “enviado” por Deus (Mc 1.38; 10.45; Lc 12.49,51). Ele possuía um completo conhecimento de cada momento e estágio do seu ministério. Essa consciência se devia tanto ao relacionamento eterno com o Pai, quando recebeu sua missão como aos próprios textos proféticos que falavam em detalhes dessa missão. (Veja por exemplo: Jo 16.28; Lc 19.10; Jo 4.34; 10.11; Lc 9.22).

O ministério de Jesus possuía um caráter paradoxal, pois ele tanto sabia da origem divina de sua pessoa, como agiu como um servo sofredor para cumprir a missão dada pelo Pai (Is 53.1-12). Hoje, nenhum líder é capaz de ter uma visão completa da sua missão com respeito a cada estágio de sua vida ministerial como Jesus teve. Contudo, ainda assim é de suma importância para os líderes compreenderem por que foram chamados por Deus e qual é a natureza da sua missão. Os exemplos dos apóstolos e de Paulo mostram que líderes eficazes são aqueles que sabem o propósito de sua missão e mantêm o foco no que é prioritário (At6.1-7; 20.24).

  1. Conhecimento de suas ovelhas

A metáfora predileta de Jesus para retratar seu relacionamento com seu povo foi a ilustração do pastor e da ovelha. O Antigo Testamento estava repleto de alusões a Deus como o pastor de Israel (Is 40.10-11; Sl 23.1). Além disso, o conceito de pastorear tornou-se uma importante imagem explicativa usada para retratar a liderança espiritual em Israel. Assim, reis, profetas e sacerdotes eram chamados de pastores (Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11).

Essa metáfora não foi usada pelo Senhor Jesus por acaso, uma vez que era uma clara alusão ao pastor ferido, conforme profetizado por Zacarias, como também uma imagem cultural fácil de ser entendida pelos ouvintes (Zc 13.7-9). Assim, Jesus se descreve como o bom pastor, cuja obra consistia em dar a vida pelas ovelhas (Jo 10.11). O conceito de ovelhas era importante porque mostrava que somente um grupo de pessoas creria na mensagem de Jesus (Jo 10.26-27).

Ao usar essa metáfora, Jesus demonstra ter um conhecimento perfeito das suas ovelhas. Ele sabia quem entre os seus discípulos e ouvintes eram crentes verdadeiros e algumas vezes se referiu a pessoas como não fazendo parte do seu aprisco. De fato, Jesus nunca foi surpreendido por falsas ovelhas e sempre deixou claro que sua missão consistia em juntar apenas aquelas que o Pai lhe dera (Jo 6.37-44; 10.25-29; 13.18).

  1. JESUS, O LÍDER A SER IMITADO

O ministério de Jesus consistia em pregar e ensinar as boas-novas do reino (Mt 4.23), instruindo aqueles que respondiam afirmativamente à sua proclamação a terem uma atitude de total submissão à sua própria pessoa e ensino, por ser ele o Messias, Rei e Salvador. A nova vida ideal dos crentes consistia em viver como cidadãos do reino, reconhecendo que o rei veio e que suas exigências eram graciosas e revestidas de autoridade, exigindo uma resposta de fé e um comprometimento absoluto.

É possível resumir a prática ministerial de Jesus observando suas quatro principais ênfases, que eram: a) anunciar a verdade de Deus com autoridade aos ouvintes, mostrando que as profecias estavam sendo cumpridas nele e pregando as Escrituras pelo método de exposição, ilustração e aplicação com o objetivo de converter pecadores e edificar os discípulos; b) depender do Pai em tudo, vivendo em completa submissão e vida de oração; c) desenvolver um ministério de misericórdia paralelo ao da pregação, em que as curas e exorcismos tinham o propósito de mostrar a sua compaixão e a natureza singular de sua vida e obra (Mt 11.2-6; Is 35.5-6; 61.1); d) preparar discípulos para que fossem como ele mesmo e dentre eles selecionar um grupo para pastorear os demais (os 12 apóstolos).

  1. Jesus, o pregador da Palavra

Jesus foi um pregador da Palavra de Deus e sua forma de pregar foi essencialmente judaica, apresentando a exposição das Escrituras entrelaçada com ilustrações, figuras de linguagem e constantes aplicações práticas. Sua preocupação central era anunciar que o reino havia chegado à sua plenitude e a sua própria pessoa representava a inauguração do estágio final do reino de Deus. Ele era não somente o realizador das promessas do Antigo Testamento concernentes à era vindoura, mas também o inaugurador dos propósitos finais de Deus na história da salvação, trazendo a mensagem do evangelho tanto para judeus como para gentios (Mt 4.23-25).

A exposição do Antigo Testamento feita com autoridade formava a base do ministério de Jesus (Lc 4.16-21). Ele era tanto o intérprete final das Escrituras, como a sua vida e ministério (nascimento, morte, ressurreição e exaltação) eram a própria chave para se entender o seu conteúdo, uma vez que todas as Escrituras falavam a respeito dele (Lc 24.25-27,44-45).

Durante todo o seu ministério Jesus nunca se apartou da Palavra de Deus e sua linguagem, motivos, temas e mensagem eram somente baseados nela. Algumas vezes, sua pregação consistia em uma exposição bíblica em textos específicos com afirmações revestidas de autoridade e autor referências que indicavam o caráter único de sua pessoa (Lc 4.16-21). Outras vezes, tratava de temas gerais e amplos cujas ideias estavam ancoradas em linguagem alusiva ao Antigo Testamento, como no caso do sermão do monte (Mt 5.1–7.29). Ou, ainda, sua exposição era resultado de uma resposta aos desafios e questões propostas pelos ouvintes (Mt 19.3-12). Sua prática de ensino possuía sempre autoridade e era repleta de metáforas, símiles, parábolas e outras figuras de linguagem usadas para causar impacto nos ouvintes.

  1. Jesus e sua vida de oração

A oração foi um elemento distintivo no ministério de Jesus. Não há um único momento em seu ministério em que Jesus não seja visto buscando o Pai em oração. Além disso, o escopo de sua oração era vasto, pois tanto orou por si, como pelos discípulos e os futuros crentes. Ele também ensinou os discípulos a orar e deixou um modelo de oração a ser imitado.

Jesus orou no início e durante seu ministério (Mc 1.35-39; Mt 14.23; Lc 9.28), antes de escolher os discípulos e depois os ensinou a orar (Lc 6.12-16; 11.2; Mt 6.9-15; Mt 21.22; Lc 11.9-13; 18.1; 22.40), antes e durante a sua crucificação (Mc 14.32-42; 15.34-35). Ele rogou (orar com grande intensidade) pela vida espiritual dos discípulos (Lc 22.32; Jo 17.9), pela sua futura igreja (Jo 17.20-21). Jesus zelou pelo papel singular da oração na vida do povo de Deus (Mt 21.13) e alertou sobre a importância da oração na batalha espiritual (Mc 9.29; cf. Ef 6.17- 18). A submissão a Deus em se ministério dirigia suas orações. Ele não orava por algo que implicasse fazer sua própria vontade (Mt 26.36-39,53).

Todas as citações mostram que Jesus viveu em constante oração em seu ministério. A oração não era uma prática ou tema acessório em sua vida, mas a contínua ênfase que norteava seu ministério e deveria também nortear o ministério dos discípulos. Portanto, é impossível pensar em um líder cristão fiel que não seja um homem de oração. Nas palavras do teólogo John Owen, “um ministro pode encher os bancos da igreja, sua lista de comunhão, a boca do público, mas o que esse ministro é sobre seus joelhos em secreto diante do Deus Todo-Poderoso é o que ele é e nada mais”.

III. JESUS, O LÍDER A SER SEGUIDO

Outra característica fundamental no ministério de Jesus foi sua ênfase em formar discípulos e motivá-los a ser como ele. Cristo escolheu homens comuns e os treinou por um período de tempo ensinando-os a guardar a Palavra de Deus (Mt 28.20), corrigindo pela convivência e exemplificando modelos comportamentais a serem imitados (Jo 13.12-17,34-35). Ele os ensinou sobre teologia e como interpretar as Escrituras, sobre a história da salvação e seus eventos finais, bem como a viver em comunhão e de forma piedosa como homens de oração, dispostos a perdoar e servir aos outros com humildade.

Porque seu ministério seria curto (cerca de três anos), era preciso um programa de discipulado rápido, prático, intensivo e seletivo. Então ele escolheu especialmente 12 homens com quem trabalhar mais de perto (Lc 6.12-16). A seleção dos 12 foi um marco importante no ministério de Jesus, pois seu ministério adquirira grandes proporções e isso exigia uma organização e divisão de trabalho mais efetiva. Além do mais, era preciso preparar uma liderança que serviria de fundamento para a igreja do Novo Testamento, que seria composta de judeus e gentios (Ef 2.19-22).

No caso específico dos 12, o objetivo de Jesus foi treiná-los para exercer um pastoreio sacrificial, um amor abnegado pela obra do Pai e uma vida de humildade similar à do Mestre. Eles precisavam pastorear com a Palavra, vigiar em oração, exercer misericórdia para com os fracos e oprimidos e liderar com amor. Sua missão seria testemunhar acerca da obra de Cristo e glorificar o seu nome fazendo discípulos de todas as nações, “ensinando-os a guardar todas as coisas” ordenadas por Jesus (Mt 28.18-20; At 1.8; 4.12,33).

CONCLUSÃO

Estudar sobre a vida de Jesus como líder nos conduz a um modelo completo de liderança, em que autoridade e serviço, amor e verdade, firmeza e sensibilidade, disciplina e compaixão, fidelidade e submissão andam juntos. É pastorear com coração amoroso e formar discípulos pelo ensino, exemplo e serviço. É ter posição de autoridade, mas agir humildemente como servo de todos. É trabalhar incansavelmente anunciando o evangelho, mas sempre dependendo de Deus em tudo. É ter paciência com as ovelhas, pastoreando cada uma delas de acordo com suas necessidades. É resistir ao erro, denunciar a hipocrisia, o legalismo e as tradições humanas que se sobrepõem à verdade de Deus. Porém, é também anunciar o arrependimento, indicando o caminho da salvação aos pecadores e a vida que devem viver para agradar a Deus. Enfim, estudar sobre o ministério de Jesus é descobrir que nunca houve ou haverá um líder como ele, mas todos os líderes cristãos são desafiados a ser como Cristo.

Fonte: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/etica/jesus-modelo-de-lideranca/

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